FERNANDO BONASSI

Fernando Bonassi, roteirista de cinema e televisão, dramaturgo, cineasta e escritor, nasceu na Mooca em 1962, onde viveu até os 17 anos, tendo morado nas ruas dos Trilhos, João Antonio de Oliveira e da Mooca, onde sua mãe e irmã ainda residem, nas proximidades da Igreja N.S. do Bom Conselho.

Seus “nonnos” imigraram da Itália, sendo o paterno nascido na cidade de Mantua e o materno na Calábria e aqui, a exemplo da grande maioria dos imigrantes, tornaram-se agricultores e, posteriormente, operários.

Formado em cinema pela ECA-USP – Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, Bonassi logo percebeu que, pelas dificuldades econômicas do Brasil, a produção de filmes seria insuficiente para acompanhar a velocidade de suas idéias. Diante disso, encontrou na literatura, e em seus naturais desdobramentos, o espaço adequado para produzir ficção a partir da realidade, “não reproduzida, mas isolada e descontextualizada”, conforme ressalta.

Curiosamente, um dos maiores nomes da prosa urbana dos anos 90 começou publicando poesia: o livro Fibra Ótica saiu em 1987. O primeiro romance, Um Céu de Estrelas, de 1991, foi adaptado para o cinema. Além dessas é também autor das seguintes obras: Subúrbios; Crimes Conjugais; 100 Histórias Colhidas na Rua; O Amor é Uma Dor Feliz; Uma Carta para Deus; Vida da Gente; O Céu e o Fundo Mar; 100 Coisas; Declaração Universal do Moleque Invocado; São Paulo/Brasil, (estes dois últimos finalistas do Prêmio Jabuti nos seus anos de lançamento); Prova Contrária e O Menino que se Trancou na Geladeira.

No cinema, Bonassi é co-roteirista de filmes como: Os Matadores (de Beto Brant); Através da Janela (de Tata Amaral); Castelo Ra Tim Bum (de Cao Hamburguer); Carandiru (de Hector Babenco – Prêmio TAM do Cinema Brasileiro para o melhor roteiro adaptado de 2003); Garotas do ABC (de Carlos Reichenbach), Cazuza (de Sandra Werneck – Prêmio TAM do Cinema Brasileiro para o melhor roteiro adaptado de 2004).

No teatro, destacam-se as montagens de Preso Entre Ferragens (dirigida por Eliana Fonseca); Apocalipse 1,11 (em colaboração com o Teatro da Vertigem); “Três Cigarros e a Última Lasanha” (com Renato Borghi e direção de Débora Dubois); Souvenirs (dirigida por Márcio Aurélio); “Arena Conta Danton” com a Cia Livre de Teatro e a encenação do fragmento “Estilhaços de São Paulo”, no espetáculo “Megalopolis” do Theater der Klaenge (Sttutgart, Alemanha).

Bonassi tem diversos prêmios como roteirista no Brasil e no exterior, além de obras literárias adaptadas para o cinema e textos em antologia na França, Estados Unidos e Alemanha. O romance Subúrbio teve os direitos comprados pelo Deutsches Schauspielhaus de Hamburgo. A adaptação teatral estreou no dia 04 de abril de 1998. Nesse mesmo ano, foi vencedor da bolsa do Kunstlerprogramm do DAAD – Deutscher Akademischer Austauschdienst e, se não bastasse tudo isso, desde 1997 é, também, colunista do jornal Folha de São Paulo.