OSWALDINHO

Quem teve a felicidade de ver Oswaldinho jogar pode afirmar com segurança que, hoje, seria o centro avante titular em qualquer equipe do Brasil e, quem sabe, do mundo.

Filho dos italianos Torquato Buzzoni e Luiza Denadai, Oswaldo Buzzoni (não confundir com o outro grande centroavante que atuou no Juventus, o também famoso Buzzone, que não tinha qualquer parentesco com o Oswaldinho) nasceu no bairro do Belenzinho aos 7 de janeiro de 1924.

Aos 8 anos, Oswaldinho ingressou no Grupo Escolar Amadeu Amaral, onde já começou a demonstrar toda a sua vocação futebolística. Naturalmente, todos os meninos queriam jogar ao seu lado, pois sabiam que com ele a vitória seria praticamente garantida, uma vez que o pequeno grande ídolo marcava seus gols com uma facilidade incrível. Com isso, a fama do nosso herói rapidamente se espalhou e Oswaldinho se tornou o “bambambam” do bairro.

Na sua adolescência defendeu vários times de várzea, dentre eles o juvenil Piccim, o Ancora Paulista, o Leão do Norte e o Maria Zélia onde conheceu Rosalina, que viria a ser a sua futura esposa, casando em dezembro de 1945 e passando a morar na Mooca.

Em 1939, foi apresentado ao Juventus por Dante Pietrobom  (irmão do antigo arbitro Anacleto Pietrobom, apelidado por Valussi), atuando inicialmente nas equipes infantil e juvenil, passando para o time principal em 1943, estreando contra o Corinthians, num verdadeiro teste de fogo do qual se saiu muito bem ganhando a condição de titular absoluto.

Graças ao seu estilo de atuar com muita raça, Oswaldinho logo ganhou o apelido de “Vaca Brava”. Mas sua capacidade não se resumia só a essa garra, pois a mesma era aliada a uma boa técnica, excelente posicionamento e uma extraordinária visão de gol.

Não é preciso dizer que as suas atuações rapidamente chamaram a atenção dos grandes clubes e em 1947 Oswaldinho foi contratado pelo Palmeiras junto com os atletas Bovio e João Pinto, contratações essas que o jornal A Gazeta Esportiva classificou como as mais importantes do ano.

Na equipe esmeraldina, sob o comando de Oswaldo Brandão que, na qualidade de jogador, havia sofrido um sério problema no joelho e foi transformado em técnico pelo presidente Higino Pellegrini, disputou a final contra o Santos na Vila Belmiro, sagrando-se campeão paulista invicto.

Em 1949, Oswaldinho transferiu-se para a Portuguesa Desportes onde jogou ao lado de Djalma Santos, pessoa que ele admirava muito.

Já no final de sua carreira, Oswaldinho atuou pelo Nacional, Ipiranga, Paulista de Jundiaí, São Bento de Sorocaba e Ituano terminando sua carreira como jogador em 1960, com 36 anos de idade.

Mas, como era de se esperar, Oswaldinho, não conseguindo ficar longe da bola foi logo convidado para ocupar o cargo de treinador das equipes infantis e juvenis do Juventus, onde permaneceu por muitos anos, graças ao grande sucesso alcançado, conquistando numerosissimos títulos e revelando dezenas e dezenas de grandes jogadores, como Lima, Hidalgo, Carlos, Fernando, Maurinho, Chiquinho, Osmar, Leiz, Valdir, Poças, Tanese, Nenê Santovito e tantos outros.

Dotado de excelente caráter, Oswaldinho também sempre foi um excelente marido e um pai exemplar para os seus filhos Waldir (conhecido como Niquinho, que também atuou no Juventus), José Roberto (já falecido), Pedro Luiz e Maria Auxiliadora. Mas, sem que seus filhos fiquem enciumados, a sua grande paixão eram suas netas (Roberta, Renata, Giselle e Priscila).

Desnecessário dizer que Oswaldinho, por tudo isso e por ser uma pessoa que sempre tratou carinhosamente a todos e estar sempre disponível para atender aos incontáveis pedidos de favores, tornou-se uma pessoa muito querida na Mooca. Já aposentado, adorava assistir seus filmes e jogos pela TV, mas o seu maior passatempo era a pescaria  que fazia todos os finais de semana. Oswaldinho faleceu em 27 de maio de 1988 aos 64 anos de vida.

Informações fornecidas por Pedro Luiz Buzzoni a quem agradecemos.

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