WAGNER CANOTILHO

Vagner (Sporting) e seu irmão Chiquinho (Juventus)
Arquivo: Família Canotilho

Nos últimos tempos é muito comum ficarmos surpresos quando lemos ou ouvimos que um jogador de futebol brasileiro, desconhecido por aqui, faz sucesso no futebol de países do exterior. Tem sido também comum, ultimamente,tomarmos conhecimento de que jovens atletas menores de idade, ainda pertencentes às equipes de base dos clubes são “adquiridos” por clubes do exterior.

Na década de 60 fatos desse tipo praticamente inexistiam, mas mesmo assim um mooquense de nascença, então com 18 anos de idade, meio de campo formado nas equipes infantis e juvenis do C.A. Juventus, com somente algumas apresentações na equipe principal, sendo depois emprestado para o Internacional de Limeira onde foi campeão no torneio da III Divisão, foi alvo de interesse de clubes portugueses. Seu nome: Vagner Canotilho.

Vagner irmão do também atleta Chiquinho (Francisco Canotilho), que atuou na lateral direita do Juventus por muitos anos, teve o seu passe vendido para o Clube Leixões de Portugal em 1963.

Neste clube Vagner atuou até julho de 1967 quando regressou ao Brasil e jogou, no período de agosto a dezembro na Portuguesa dos Desportos. Em maio de 1968 retornou a Portugal, desta feita para jogar pelo Vitória Futebol Clube, da cidade de Setúbal onde permaneceu até 1978.

Graças às boas performances no Vitória, o craque brasileiro despertou interesse de uma das principais equipes lusitanas : o Sporting Clube de Portugal em Lisboa, sendo logo contratado, ali atuando até 1975, período esse em que participou de várias conquistas: o Campeonato Português de Futebol em 73/74, a Taça de Portugal temporadas de 72/73 e de 73/74, o Torneio Internacional da Grécia em 73/74 onde jogaram equipes como Sporting, Internacional de Porto Alegre, Olimpiakos de Atenas e Penarol do Uruguai. E ainda foi eleito capitão de equipe na época de 74/75.

Vagner campeão pelo Sporting
Arquivo : Família Canotilho
Vagner e Família no casamento da filha
Arquivo: Família Canotilho

Saudosos de sua gloriosa passagem por Setúbal os dirigentes do Vitória.F.C. conseguiram recontratá-lo. Pelo Vitória, Vagner e a equipe conquistaram vários torneios: Mini Copa do Mundo realizado na Venezuela, em 69/70 onde atuaram quatro clubes: Vitória, Santos, Chelsea e a Seleção de Caracas; Torneio Ibérico de Badajoz em 68/69; Taça Teresa Herrera em 68/69 e Torneio Internacional da Califórnia, EUA, em 68/69.

No total Vagner atuou em Portugal em 14 épocas sempre da I Liga, e fez 39 jogos para a Liga dos Campeões, Taça das Taças e Taça UEFA.

Encerrada a carreira como atleta profissional, Vagner foi convidado a dirigir a equipe do Saad da cidade de São Caetano do Sul – SP. Passada a fase de “matar a saudade” de sua pátria, Vagner percebeu que o seu futuro e o de sua família estava na Europa e logo retornou para Portugal, onde rapidamente foi convidado para dirigir a equipe principal do Barreirense Futebol Clube.

Mas, tal lá como cá, é muito difícil um treinador permanecer por muito tempo em seu cargo e, como tradicionalmente acontece, passado algum tempo, o nosso conterrâneo voltou para Setúbal na qualidade de Auxiliar Técnico do Vitória. Depois disso, ainda dirigiu as equipes principais do “O Elvas”, conquistando com este clube o título da segunda divisão, e do União Montemor.

Atualmente, Vagner é treinador de formação do Vitória de Setúbal, cidade onde mora com sua esposa, Irma, seus filhos (Vânia e Vanger), seu genro e nora e seus netos, que são atualmente a sua principal paixão. Recentemente, tivemos a oportunidade de estar com Vagner em Setúbal e ficamos impressionados com o prestígio por ele desfrutado junto aos meios esportivos de Portugal, junto aos dirigentes do Vitória e junto a população local que o reconhece e o homenageia em todos os locais por onde anda.

A Mooca, provavelmente, não se recorda muito do Vagner Canotilho, mas Vagner não se esquece do bairro onde nasceu e viveu e onde ainda vive a sua família, para cá retornando sempre que pode. Vagner é mais uma das personalidades pelas quais nós, mooquenses, devemos nos orgulhar.

Vagner como treinador
Arquivo: Família Canotilho
Vagner, esposa Irma e os netos Inês e Gonçalo
Arquivo: Família Canotilho

Entrevista concedida em agosto/2005