João Antonio de Oliveira (São Paulo, 03/05/1871 + São Paulo, 23/04/1913) foi um oficial da Força Pública do Estado de São Paulo, popularizado na crônica policial como Tenente Galinha. Tornou-se célebre devido à brutalidade que empregava no combate ao crime no interior do estado no começo do século XX, quando atuou no comando de destacamentos responsáveis pela proteção a propriedades ameaçadas por bandoleiros e ladrões de cavalos.

Entre os vários sinais da brutalidade então empregada estava a prática de decepar a orelha das vítimas e enviá-las para a capital do estado. O poder outorgado ao tenente acabou levando a outras formas de abuso e desrespeito à lei, como estupro, assassinato de ciganos e espancamento de inocentes.

Sua equipe era de soldados escolhidos a dedo, dos quais exigia uma qualidade primordial: não ter medo. Sua fama de homem valente se alastrou de tal forma, que muitos episódios e muitos casos se inventaram e criaram por aí, aureolados de pura lenda, e que, no entanto, passaram à categoria das coisas verídicas.

Oliveira alistou-se na força policial da província em 1888. Desertou duas vezes e era alvo frequente de ações disciplinares, mas apesar disso cumpria a contento as funções a que era designado, tornou-se alferes em 1901, sendo promovido a tenente em 1909.

Galinha sobreviveu a todos os riscos envolvidos nas missões em que participou, apenas para ser assassinado em 1913 em casa e na própria cama pelo amante de sua esposa, Bdenedita, seu melhor amigo de nome Israel Coimbra Vieira de Barretos, um rapaz que pretendia ingressar na Polícia Civil e que tendo os exames demorado muito mais do que ele imaginara, ficou sem dinheiro e pensou em desistir voltando para sua cidade. O Tenente Galinha, então, permitiu que ele ficasse em sua casa na Rua Ana Nery n° 14 (hoje 128), na Mooca, que não era longe do Quartel General, onde ele residiu como hospede ao lado do Tenente Israel, sua esposa Benedita e filha.

O crime foi esclarecido pela filha do casal:

Uma filha do casal que não tinha pegado no sono como Benedita e Israel pensavam, ouviu de uma forma perfeita o que eles conversavam a respeito do assassinato do seu pai, combinando inclusive a respeito da divisão do dinheiro recebido em virtude do seguro feito em vida pelo Tenente Galinha.

Assim, o crime ficou devidamente esclarecido, uma vez que a filha do casal foi ao comando da repartição militar a que João Antonio de Oliveira pertencia, relatando ao Coronel tudo o que ouvira naquela noite a respeito dos fatos.

Levada a julgamento, Benedita acabou sendo condenada, mas faleceu logo depois, Israel recebeu uma pena de vinte cinco anos de reclusão, enquanto que “Manquinho”, considerado como co-autor do delito, no primeiro júri foi condenado a cumprir vinte anos de cadeia mas, em segundo julgamento, sua pena foi diminuída para dez anos.

Sobre o apelido “Galinha”:

Segundo consta o apelido “Galinha” deveu-se ao fato de que João Antonio de Oliveira, em sua juventude e junto com colegas, cometia furto de aves, passando as madrugadas, degustando as “penosas”.