[su_accordion] [su_spoiler title=”Rua da paz – Antonio Carlos Germano Gomes” style=”fancy”]Vivi na Mooca de 1961 a 1972. Morava na Rua da Paz, que depois mudaram para se chamar Rua do Lirismo. Estudei no Dom Bosco e no conservatório Villa Lobos, antes, na Dona Wanda, onde eu conheci o Agostinho Zaccaro.

Frequentei a comunidade católica do San Gennaro, era sócio do Juventus onde aprendi a nadar.

Saudade da pizza do Lorenzo, dos salgadinhos e doces do Di Cunto.

Ainda me lembro do parque Shangai, que dava para ir à pé da minha casa.

As casas onde morei (eram sobradinhos geminados) foram demolidas.

Fui vizinho de Tommie Ohtake (antes dela se mudar para o Brooklim).

Aliás, eu vi numa revista há muitos anos uma obra dela, um quadro, de nome Rua da Paz, que pela imagem,é dos anos cinquenta.

Achei um pecado terem fechado a capela Dom Bosco.

Um dia passei por lá, de carro, e parece que a família Barranco ainda continua com o armazém na esquina da Rua da Mooca com a Carneiro Leão.

Mudaram o nome do Firmino, (sabiam que a Zizi Possi estudou lá e foi colega de uma de minhas irmãs?).

Muitos anos depois fui estudar italiano. Só para aprender a letra. A música tinha ficado no meu coração.

abraços a todos

Antonio Carlos Germano Gomes

[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Como era verde a minha Mooca – Alcides Barroso Garcia” style=”fancy”]Já se foram quase dois anos quando entrei nesse extraordinário PORTAL e falei sobre as paineiras que enfeitavam o Ginásio Estadual Antônio Firmino de Proença, onde estudei. De lá para cá perdi vários amigos, enquanto o bairro se transforma num grande conglomerado de edifícios. Alguns moradores são contra, outros favoráveis ao progresso que se estende por vários bairros deste nosso pujante Estado. Eu, em particular, me abstenho de opinar, até porque hoje eu moro defronte aos dois maiores picos de São Paulo, o Pico do Jaraguá e o Pico dos Papagaios. Quando o grande romancista Richard Llewellyn lançou para o mundo “Como Era Verde Meu Vale”, na certa se inspirou numa área semelhante a Mooca de outrora, grande parte dela na época pertencente a Companhia Parque da Mooca de terrenos. Como era verde a Mooca em que nasci e corria saltitante por caminhos orlados de ricas vegetações verdes como esmeraldas! Como era linda a Barroca dos meus oito anos! Era tão verde, tão fresca e tão exuberante, sobretudo nas manhãs frias em que o orvalho a beijava sofregadamente e refletiam nas folhas ao receberem as primeiras luzes do sol! Como eram magníficos os jardins na estação das flores! Como nos atraiam as goiabeiras repletas de botões prestes a se transformarem em suculentas goiabas! Os caquizeiros cujos frutos pareciam enfeites de Natal tão redondos e vermelhos eram. As parreiras de uvas brancas que também ajudavam a enfeitar as entradas das casas formando robustos caramanchões. Como eram ricas as =festas de 15 de novembro, 7 de setembro e, sobretudo as de 13, 24 e 29 de junho, quando se dançava a quadrilha em ruas enfeitas de bandeirinhas de diferentes cores! Sempre que relembro esses fatos me emociono e as lágrimas emergem destes meus olhos já um pouco cansados e banham suavemente meu rosto. Será por que hoje faço parte deste fantástico e seleto mundo de fantasias onde estão todos os idosos sensíveis como eu? Uma coisa é certa: com prédios ou sem prédios, o amor que tinha por ela continua o mesmo…

Alcides Barroso Garcia[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Lembrar da Mooca – Mara Magaña” style=”fancy”]Assim como muitos, eu saí a certa altura da Mooca, para retornar ao primeiro apelo. E hoje aqui educo meus filhos. Mas lembrar da Mooca da minha infância é lembrar do jogo de amarelinha nas ruas e calçadas, do pular corda às tardes, de soltar pipa no Campo dos Bois. É lembrar, sim, da eterna e terna rivalidade entre os vizinhos italianos e espanhóis, lado a lado, muro com muro, mais amigos que nada, mas com aquelas referências: “Aquele espanhol…”. “Esse italiano ….”. É lembrar dos “bem nascidos” da Paes de Barros, dos “remediados” que, na maioria das vezes, haviam “subido” a Rua da Mooca, vindos da João Antonio de Oliveira, Ana Nery e outras, fincando âncoras na parte “de cima” da rua dos Trilhos e suas travessas, depois da rua Clark…

Lembrar da Mooca da minha infância é lembrar ainda das saudades dos meus pais da sua Mooca de infância, é re-escutar a história da chegada da família na Hospedaria dos Imigrantes; lembrar da Mooca da minha infância é sentir o cheiro das feiras livres, dos feirantes que cumprimentavam a todos pelo nome, é lembrar da inauguração do prédio das Escolas Agrupadas Dr. Fábio da Silva Prado, conceito moderno, integrado com biblioteca e parque esportivo, da sua primeira diretora, Dona Laís, seu colar de pérolas e seu coque à prova de tempestades e tufões.

Lembrar da Mooca da minha infância é pegar carona novamente na calota do carrinho de sorvete da Kibon — sorvete, uma vez por semana, pirulitos de chocolate nas outras. Unhhh, onde foram parar?. Continuar nas lembranças da Mooca é crescer um pouco e passar a freqüentar as domingueiras do Juventus, onde despertei para as primeiras paixões e as primeiras dores de amores. É achar engraçado e, ao mesmo tempo, sentir orgulho ao ouvir “Me sou da Mooca”.

E quando incautos moradores de outros bairros, por eles considerados mais nobres, perguntam à queima-roupa: “Nooooossa, você mora na Mooca, quantas horas demora pra chegar lá?”, dá vontade de responder com uma “pernachia” ao cidadão. Bem mandada.

Lembrar da Mooca é relembrar cada rosto dos amigos e professores do MMDC, desde sua inauguração na rua Cuiabá. Reviver as “perigosas” emoções dos namoricos acontecidos no Plínio Barreto (e adjacência!). É lembrar da Faculdade São Judas ainda no prédio que hoje é o Extra, do vai e vem de seus corredores, das aulas de latim e redação da Ana Maria Altenfelder Mesquita de Camargo, hoje vice-presidente da Universidade.

Lembrar da Mooca é lembrar quando se foi embora também. Conhecer outros ares, muito mais poluídos. É ir “para o lado de lá, onde as coisas aconteciam”. Lembrar dessa partida é lembrar do primeiro apartamento, um cubículo perto do trabalho, jornalista, numa das maiores empresas da área. É lembrar da boêmia e dos novos amigos, que nem sabiam onde ficava a Mooca. Mas que foram conhecendo alguns de seus moradores, teimosos que somos em mostrar a cara. A mãe, filha de portugueses, mas italiana até a raiz dos cabelos; o pai, argentino, filho de espanhol, que só não nasceu na Mooca, mas cresceu e trabalhou toda a sua vida aqui, e aqui teve seus filhos, viveu alegrias, tristezas, até o fim. A melhor amiga, que também não era da Mooca, mas virou mooquense de coração.

E os amigos conhecendo os tesouros do bairro. O Dicunto, onde caíram e caem até hoje de boca nos doces e salgados de enlouquecer, a Esfihas Juventus com garçons que atravessam o tempo e sabem exatamente o que você quer. A Pizzaria São Pedro, aonde vieram meio de nariz torcido – “Imagine se essa pizza é assim tão especial –“ e hoje trazem os filhos e muitos até os netos, com um discurso pra lá de curioso: “Conheço uma pizzaria lá na Mooca que dá de dez nessa chique que você sempre vai”.

Lembrar da Mooca é rir muito quando se encontra o amigo saído do Alto de Pinheiros, com a última edição da revista Morar da Folha de S.Paulo, falar com a maior cara de espanto: “A Folha disse que o melhor lugar para se morar em São Paulo é na Mooca”. É, bello, eu já sabia!

Mara Magaña[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Da Mooca me lembro do Senhor Palmorino Mônaco – Mario Lopomo” style=”fancy”]Da Mooca me lembro do Senhor Palmorino Mônaco, dono de uma marmoraria em que meu pai trabalhava.

Ele morava na rua da Mooca. Seu filho, Salvador, era casado com Julia uma mulher muito linda e educada, que era descendente de japoneses. Salvador sempre ia em nossa casa levar pedra de mármore para meu pai colocar as letras. Eram pedras para lapide para se colocar em túmulos. Seu Palmorino, tinha também um filho que era deputado, Agenor Mônaco. Ele tinha uma barba grande o que importunava seu pai, que chegou a propor a ele uma viagem a Itália caso ele cortasse a barba. Pedido negado.

Ai eu era uma criança, pois estávamos no inicio dos anos 1950. Mais tarde jogando futebol joguei conta o Palestra da Mooca, em nosso campo. Jogávamos sábado a tarde. O Palestra tinha um time muito bom.Como editávamos jogando em nosso campo vencemos por 3 x 2. Eu como goleiro do SAPIQ, uma firma de óleo combustível da Vila Olímpia, não me esqueço do meia esquerda, um negro que alem de ser bom de bola tinha um chute potente. Isso foi em 1963.

Mario Lopomo[/su_spoiler] [su_spoiler title=”A vila da Merda – Valter Rodrigues” style=”fancy”]Numa região que outrora era considerada como pertencente à Mooca, se destacava a Rua Dona Anna Nery, uma importante ligação entre os bairros da Mooca e do Cambucí, e foi nessa rua onde morei até meu casamento. Nessa rua era comum as vilas, pois os terrenos lá existentes eram grandes atendendo as necessidades de seus primeiros moradores. No início de sua ocupação seus moradores precisavam de terrenos onde poderiam com suas ocupações, suprir a cidade dos bens de primeira necessidade como verduras, frutas, leite, enfim alimentos, e nesse sentido os loteamentos se faziam, em grandes espaços para atender essa necessidade.

Ora com o desenvolvimento esses terrenos teriam outro destino, muitos deles se tornaram vilas outros cortiços e alguns deles em fábricas ou pequenas oficinas mecânicas, tanto que da Rua da Mooca até a avenida do Estado( aproximadamente 500 metros), haviam mais que 10 vilas e mais que uns 20 cortiços, destacando-se entre elas a “Vila da merda”. Esse não era seu nome, na realidade era Vila Ferreira, onde moravam mais de 40 famílias, sendo quase na totalidade espanhóis ou descendentes de espanhóis. Essa vila era bem defronte à rua Dom Bosco, mais especificamente no número 157 da rua Dona Anna Nery, sendo que até esse número havia mais três vilas.

Várias são as teses desse nome, todavia é uma pilhéria aos espanhóis que nela moravam.

Lembro-me de quando criançaficava indignado ao ouvir essa expressão, pois nessa vila moravam vários amigos meus de infância, e suas moradias embora pobres eram visivelmente cuidadas e limpas. Cresci e fui entendendo o motivo de tão repugnante apelido, como os espanhóis que lá moravam eram oriundos da Andaluzia (região ao sul da Espanha) eram cotidianas as frases:

– “Me cago en nel niño”, quando se queixavam de seus filhos.
– “Me cago em la niña” , ralhando com suas filhas.
– “Me cago en Diós”, se algo lhes acontecesse de errado.

Desse modo as pessoas que por lá passavam para debochar dessa etnia, falavam que os espanhóis moravam naquilo que mais sabiam fazer, ou seja “na merda”.
Na realidade isso denotava uma questão bairrista, já que o bairro da Mooca era habitado depois da maioria de descendência portuguesa, por descendentes dos italianos. Ora essa rivalidade vinha desde o império romano, tanto que em nosso país essa rivalidade se verificava em quase todas as manifestações e atividades sociais, no futebol, por exemplo, os espanhóis e seus descendentes torciam pelo Corinthians, e os italianos e seus descendentes pelo Palmeiras, em suas atividades profissionais os espanhóis se dedicavam prioritariamente ao comércio de matérias primas, se tivessem pouco capital com ferros-velhos e os mais abastados com distribuidoras de metais, e os italianos como melhores artífices se dedicavam às industrias e oficinas, na arte os espanhóis preferiam atividades mais lúdicas já os italianos preferiam a música e assim por diante.

Outra tese para esse apelido era que naquele tempo o lixo era recolhido em latas de 20 litros, e como os lixeiros faziam a coleta no período vespertino, na entrada dessa vila ficavam todas as latas dos moradores, esperando que o caminhão passasse recolhendo seus detritos caseiros. Ora naquele tempo não havia os recursos atuais (sacos de lixo plásticos), e por conseqüência o odor que exalava, de material orgânico em decomposição, era bastante fétido, confundindo-se com o cheiro característico de feses.

Não sei o certo qual a teoria mais acertada, mas tenho a comvicção de que dessa vila saíram vários comerciantes, advogados, enfermeiras, professoras, engenheiros, médicos, e como não poderia deixar de ser, alguns malandros.

Hoje essa vila já foi demolida, e em seu espaço há uma creche municipal, onde são atendidas algumas crianças da região. Parece-me que seu(o da vila) destino é proporcionar às crianças um espaço onde mora a alegria, já que nesse espaço desde seus primórdios isso foi uma constante. Nela fazíamos nossas atividades lúdicas, jogávamos bola, brincávamos de esconde-esconde, as meninas pulavam corda, e às noites era lá onde dávamos nossos primeiros beijinhos infantis.

Lembro-me ainda com saudades dos natais e dos fins de anos, uma vez que nessas oportunidades seus moradores relembrando costumes de sua terra natal, saiam em cortejos pela rua tocando instrumentos barulhentos e cantando canções comemorativas à época, batiam em todas as casas onde tomavam uma copa( um aperitivo à base de menta ou algo parecido) e o que mais me indignava era que os presentes às crianças eram distribuídos na véspera do dia dos reis,e não na véspera de Natal como é o costume atual.

Pelo período do carnaval, os homens se fantasiavam com roupas de suas esposas e saiam pela rua cantando e dançando as músicas de sucesso da época, não importando a afinação e o ritmo, pois com aqueles instrumentos nem sempre isso era possível, mas o que lhes interessava era a alegria e a brincadeira do carnaval.
Se falei dessa vila e não dei destaque a nenhum de seus moradores é para não cometer injustiça, preferi dar meu testemunho de uma convivência alegre, solidária, honesta e com elevado espírito mooquense. Se perguntarmos a algum de seus antigos moradores onde viveram dias inesquecíveis, eles responderão:
Nos Estados Unidos da Mooca, mais especificamente na “VILA DA MERDA”

Valter Rodrigues.[/su_spoiler] [su_spoiler title=”O Clube de basquete do IAPI – Denise Placeres Marini” style=”fancy”]Meu nome é Denise Placeres Marini e nasci na Mooca em 1950 no IAPI

Eu já li muitas histórias antigas da Mooca, mas essa que eu acho importante, não por ser minha, mas foi importante na época para muita gente.

Meu pai Nelson Placeres gostava muito de fazer alguma coisa na comunidade, então formou junto com outros, um clube de basquete o Scarlat Club.

Foi difícil no começo, eles não tinham nem lugar pra jogar, mas havia nos fundos do conjunto de prédios do IAPI, um campo abandonado, onde é hoje uma unidade do INSS, então ele junto com os jogadores resolvam limpar o campo para fazer a quadra, foi difícil, eles carpiram e nivelaram a terra para que pudessem jogar, colocaram os dois cestos, e começaram a treinar, chegaram até receber visitantes para jogar, e também recebiam convites de fora para jogar, era um clube muito bem organizado, faziam festa junina, bailes, para poder angariar dinheiro para fazer os uniformes, isso durou muitos anos, e acabou porque meu pai ficou doente muito cedo, e por isso acabou ficando com uma depressão muito forte, na época ninguém falava de depressão, e as vezes ele era tratado como demente por quem não o conhecia direito, ele sempre foi muito querido por todos, pena que se foi muito cedo apenas com 54 anos.

Estou relatando isso porque acho que meu pai foi uma pessoa ilustre, pelos menos ali no IAPI, quem lembra dele pode confirmar isso.

Denise Placeres Marini

Gostaria também de colocar meu e-mail para possíveis contatos com alguém que se lembre dessa época – dpmarini@terra.com.br[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Saudades e orgulho da Mooca – Julio Cesar Alcantarilha” style=”fancy”]Nasci na Mooca, vivi lá, agora estou em Curitiba há de 7 anos, que dureza. A gente só percebe quando perde. Moóca do Oswaldo Cruz, do MMDC lá da Fernandes, do Brasilux!! das lojas Levy? do mercadinho perto do Foto America, lembra da Marina Crespi? bailão sei lá na Casa de Portugal? Clube “homes” naftalina?? muito bom tempo inesquecível. Largo São Rafael, Juventus que club?Pizzaria Juventus, só lá na Moóca, só LÁ. Só se sente quando se perde. Padre Valentin (mau educado) da São Rafael. Paes de Barros?? Rua dos Trilhos? Se lembra do Centro Educacional da Moóca? E do Pepe Legal? Lusitana? Rua da Moóca nos finais de ano que maravilha e a Rua do Hipodromo?
Enfim

Moóca é Moóca

Saudade e ORGULHO

Saudade e orgulho da Mooca

Nasci na Mooca, vivi lá, agora estou em Curitiba há de 7 anos, que dureza. A gente só percebe quando perde. Moóca do Oswaldo Cruz, do MMDC lá da Fernandes, do Brasilux!! das lojas Levy? do mercadinho perto do Foto America, lembra da Marina Crespi? bailão sei lá na Casa de Portugal? Clube “homes” naftalina?? muito bom tempo inesquecível. Largo São Rafael, Juventus que club?Pizzaria Juventus, só lá na Moóca, só LÁ. Só se sente quando se perde. Padre Valentin (mau educado) da São Rafael. Paes de Barros?? Rua dos Trilhos? Se lembra do Centro Educacional da Moóca? E do Pepe Legal? Lusitana? Rua da Moóca nos finais de ano que maravilha e a Rua do Hipodromo?

enfim

Moóca é Moóca

Saudade e ORGULHO

Julio Cezar Alcantarilla[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Memórias de Sérgio M. Sarno – Sergio M. Sarno” style=”fancy”]Em casa eu falava muito de meus amigos de infância, de nossas brincadeiras com jogos de futebol em nosso campinho na Rua Ó, onde de vez enquanto à noite, um senhor passava filmes do Carlito, do Gordo e o Magro e desenhos do Pica-Pau entre outros, era tudo muito fantástico, ficávamos atônitos observando aquela luz que saía daquela máquina que fazia um barulho esquisito zzzzzzzz e projetava a imagem numa parede pintada de branco.

Lembro-me que após o encerramento do espetáculo, corríamos para a chácara que era ao lado e pegávamos cenoura e íamos comendo pelo caminho. Lembro-me também das brincadeiras de bolinha de gude, pião, uma na mula, mãe da rua e com as meninas rei e rainha, volei-boll incentivado pelo pai de um de nossos amigos que comandava sempre essas brincadeiras.

Nas noites frias de São Paulo e nas festas juninas, acendíamos uma enorme fogueira com madeiras retiradas da plataforma de trens que passava ao lado (Rua dos Trilhos), hoje ocupada por feira-livre, enfrente ao antigo Cotonificio Crespi.

Uma coisa que gostávamos muito de fazer era dar susto nas pessoas, como por exemplo, pegar um mamão tirar o conteúdo dele, fazer os olhos, o nariz e a boca, e colocar uma vela acesa, como as ruas não principais eram escuras, púnhamos o mamão que parecia uma caveira em cima da mureta da casa, tocávamos a campainha e ficávamos escondidos para ver o que ia acontecer, se fossem as meninas ou senhoras era uma gritaria só, más se fosse o pai era uma xingação desgraçada.

No mês de abril de 2000, por incentivo de meus filhos, procurei na Lista Telefônica o nome Osvaldo Urbano e encontrei o meu amigo e irmão, liguei para aquele número e fui atendido pela esposa dele, me apresentei e pedi-lhe para não falar quem era, pois queria fazer-lhe uma surpresa, aliás já fazia mais de 50 anos que não nos falávamos.

Quando ele atendeu, procurei disfarçar de alguma forma, porém dava algumas dicas até que ele descobriu, e aí então, foi só alegria, falamos de nossa infância e do café com leite e o pão suíço feito na Padaria Reny (Rua do Hipodromo) e com manteiga Aviação que sua progenitora nos preparava de vez enquanto.

Foi aí que surgiu a idéia de tentarmos reunir os nossos amigos e que eram muitos, mas sabíamos que não seria tarefa fácil, pois quando crianças não ligávamos para o sobrenome, mas lembrávamos de alguns, então nos propusemos a encontrá-los e surgiu a idéia do Osvaldo em convidar eles para um encontro num sábado às 10:00 horas na mesma esquina onde nós nos encontrávamos para brincar (Rua Itajay, esquina com a Rua Ten.Inácio da Silveira). Então saímos a procura (bendita Lista Telefônica) e conseguimos encontrar o Gustavo, o Hélcio, o Cláudio, o Afonso,o Ênio e o Orlando, este foi fácil porque é irmão do Oswaldo.

Encontramos também o Henrique mas ele tinha sofrido um acidente e não podia estar presente, mas mandava um grande abraço a todos, o Jairo também não pode comparecer. E fomos para o encontro após 50 anos, eu fui o primeiro a chegar, logo em seguida, o Osvaldo, o Orlando, depois o Hélcio, o Cláudio e o Gustavo, o Afonso e o Ênio, e não preciso dizer que foi só abraços e choradeiras; meu filho Sérgio que sabia desse encontro apareceu e tirou fotos dos chorões, desse grande momento, afinal de contas ficamos juntos dos 7 aos 16 anos.

Soubemos que o Paulinho, o Carlito, o Dito e Valter Pancera já estavam morando no céu. Depois desse alegre dia, convidei-os para o aniversário de meu neto Henry e que, por 3 anos consecutivos eles compareceram com suas respectivas esposas nos aniversários; nesse ínterim localizei o Milton no Rio de Janeiro o qual esteve presente em dois aniversários, grande Milton, o Jairo e o Robertinho também estiveram nesses momentos, inclusive a Jany e a irmã do Hélcio, infelizmente, não sabemos do paradeiro do Valter Campana, Vadinho, Mário, Chinezinho, Luly e outros, não sabemos do paradeiro das meninas Laurecy, Marlene, Ireni, Nilza, Mirla, Mirian, Nela, Neuza e outras, a Silvia soubemos que mora também no céu.

Quero nesta oportunidade agradecer a todos eles por me terem proporcionado grandes momentos na minha infância e tenho certeza que o pensamento deles é o mesmo. Quero também nesse momento pedir desculpas por não ter mais entrado em contato com eles motivado por uma operação sofrida na artéria carótida em dezembro de 2003, mas logo estarei de volta me aguardem, vamos combinar um jantar na Pizzaria São Pedro, a melhor do bairro da Mooca, para colocarmos em dia as nossas lembranças.

Mais uma vez agradeço ao PORTAL DA MOOCA por proporcionar essas lembranças tão agradáveis e que permanecem eternamente em nossos corações. Finalizando, mando uma mensagem aos meus amigos para relatarem suas lembranças aqui no portal da Mooca e com certeza existem muitas histórias que poderão ser lembradas como esta, por exemplo, o Tico foi pegar ameixa e o Caolho que tomava conta da ferrovia, o pegou e passou pixe na sua cabeça, não deu outra…teve que cortar careca. Escrevam… Um grande abraço a todos.

Sergio M. Sarno

[/su_spoiler] [su_spoiler title=”IAPI – Nelson Massaini Jr.” style=”fancy”]Local: Rua dos Trilhos com Rua Capitães Mores

Um restaurante em cada esquina. Até os anos 60, na parte superior de um deles, era a sede do C.R.I.M. ( Clube Recreativo Industriários da Mooca, se não me engano ).Em frente ao IAPI. Aos fins de semana um conjunto musical muito bom, formado pelos associados, alegrava o ambiente enquanto churrasquinhos, calabresas e caipirinhas fluiam do Juriti para embalar o dominó e a canastra.

Na época do carnaval havia um jogo de futebol entre o time dos casados e o time dos solteiros do clube. Antes do jogo os casados se garantiam enquanto os solteiros, vestidos de mulher e maquiados, desfilavam pelas ruas ao som da bandinha e regados a caipirinha e cerveja. Eram seguidos pelas namoradas, futuros sogros e amigos e o grupo ia aumentando até chegarem ao campo. Lá, os jogadores trocavam os sapatos Luiz XV por chuteiras e jogavam de vestido e turbante! E perdiam, claro! Aí, então, os casados se abasteciam com cerveja mais gelada e com a taça na mão. Legal, né?

Nelson Massaini Jr.

[/su_spoiler] [su_spoiler title=”A venda do Seu Chiquinho – Luiz Roberto Tacito” style=”fancy”] A ”venda” de “Seu” Chiquinho (Francisco Tácito) foi um dos inúmeros pequenos comércios varejistas que existiram na cidade de São Paulo até a chegada dos atuais supermercados. Seu nome comercial era “Empório do Bom Jesus“. Localizava-se na Rua Javari, defronte o atual estacionamento do Bradesco. Concentrava em um acanhado espaço físico grande variedade de produtos da melhor qualidade. Afora isso, possuía bom estoque de mercadorias, constantemente renovado, nos fundos de seu estabelecimento. Adquirida em 1948, da família Vietri, existiu efetivamente até meados dos anos 70.

Funcionava das 07h00 às 19h00, das 2as. feiras aos sábados. Sua freguesia era numerosa, sendo composta por pessoas dos mais diferentes estratos sociais, além de bares, restaurantes, cantinas, empresas e clubes da região. A maior parte das vendas era realizada a fiado, no sistema de cadernetas, que ficavam em poder do freguês.

Nela trabalharam, além de “Seu“ Chiquinho e sua esposa, Dona Ina (Natalina), os filhos varões do casal, Roberto (Luiz Roberto), Piccinin (Carlos Alberto) e Kiko (Francisco Carlos), afora muitos jovens da região, dentre os quais alguns que se tornaram importantes empresários da região, tais como Cláudio, sócio fundador da Pizzaria do Ângelo, precocemente falecido em 87, Pasqual, sócio da Pizzaria São Pedro, e Roberto, sócio da CRZ Zanetti. O esgotamento desta modalidade de comércio, aliado à aposentadoria do casal proprietário e ao progressivo direcionamento de seus filhos para outros ramos de atividade, resultaram no encerramento das atividades desta pequena casa comercial. Nada obstante, sua lembrança continua viva na memória de algumas pessoas, consoante se extrai do relato de Edgar Romanato (“Lembrando a Rua Javari”) e Nilton Oliveira (“Minha infância na Rua dos Bancários”) ao Portal. Foram anos extraordinários, em que tivemos a oportunidade de conviver com pessoas maravilhosas, que nos ensinaram o verdadeiro sentido de uma sincera amizade.

Luiz Roberto Tacito

[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Saudades da Padre Raposo, do Pandiá, do campinho da favela – Marcio Fonseca” style=”fancy”]Vivi na Padre Raposo, logo no comecinho dela, nos sobradinhos entre a Doceria Modelo e Zakito, depois Castelinho. Isso era em torno de 1.975…Onde hoje é o Habib’s era antes uma rodoviária da Viação Santa Rosa (lembram-se ?). Nos aniversários da Mooca tinha sempre um bolo gigante onde todos se deliciavam. No terreno na Dias Leme e Curupacê, tinha nosso campinho (até hoje não sei porque a gente chamava de Favela) e jogávamos bola até altas horas…E estudei no Pandiá de 1.976 a 1.983. quem não se lembra do Prof. Emir de Ciências, a temida porém dócil Profa. Syma de Matemática, o Prof. Alfredo de Educação Física que fez com que nossa equipe de volei fosse vice-campeã estadual. Havia também a linda Prof. Cida de Geografia, a tia Neide da 3a. série e tantos outros professores maravilhosos que nos ajudaram na nossa formação. Que saudade dessa época !

Marcio Fonseca

[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Lembranças de Hélio Ribeiro – Sergio Muzzolino Sarno” style=”fancy”]Ei, lembram-se de mim, filho do fotografo pioneiro em grupos escolares etc. ? Gostaria de lembrar de um amigo de infância de nome Jose Manglioli mais conhecido como Hélio Ribeiro (radialista) os tempos em que jogávamos bolinha de vidro na rua dos Trilhos. Tenho uma foto tirada por meu pai no grupo escolar Oswaldo Cruz quando estudamos junto no 4 ano. Infelizmente ele já foi morar no céu. Na escola ele já se mostrava um garoto inteligente, tanto é que, quando a professora saia da classe ela colocava ele para tomar conta. As vezes na saída alguns alunos queriam brigar com ele porque sempre dedava alguém para a professora, mas foi um grande amigo e já demonstrava algumas optidões para locução com sua voz grave. Parabéns Helio Hibeiro pelo que você fez para o rádio. Sou pai também de um radialista e apresentador de televisão Serginho Caffé, foi apresentador do programa super special da tv Bandeirantes por 4 anos, depois fez o kliptonita na tv Record por 2 anos e fez o displey também na Record, iniciou como radialista na fm Metropolitana, Bandeirantes, Manchete, Cidade, Gazeta e atualmente tem um studio de gravação.

Sergio Muzzolino Sarno

obs : os nossos amigos do Moocaonline nos escrevem lembrando que o nome verdadeiro correto de Helio Ribeiro era José Magnoli e não José Manglioli como consta desta “lembrança”

[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Lembranças do IAPI – Nelson Massaini Jr.” style=”fancy”]O bairro é tão grande que os moradores costumam prestigiar a sua região como se aquela área fosse a Mooca. Meu bairro era o IAPI. Infância e adolescência. Vizinhos prestativos, bons exemplos e ótimas estórias. Passeios de ônibus para Santos, bailinhos aos sábados ao som de Ray Connif, namoradas! O bacana é que aqueles que namoraram lá e se casaram lá continuam casados!

Quase todas as tardes chegava o Zé Carlos naquele Cadillac para buscar a Ciça. Nós apenas olhávamos e nos sentíamos importantes em ter alguém da “alta” lá!

Entre dois prédios havia uma grande àrea que naquele tempo ostentava um jardim bem cuidado é agora é estacionamento. Naquele espaço, antes do almoço, jogávamos uma bolinha. Havia um garoto que morava no terceiro andar e era grandão e preguiçoso. Quando batia a fome ele gritava: Mááá, me joga pão com mollho!!!. Então, a mãe

carinhosa mergulhava o pão fresquinho naquele molho maravilhoso, punha num baldinho e, com uma cordinha, descia tudo aquilo para o filhão! Aquela cena e aquele cheirinho gostoso faziam com que esquecêssemos o jogo e corríamos para almoçar para depois ir para o Grupo Escolar Armando Araújo, na rua da Mooca.

Legal,né!

Nelson Massaini Jr.

[/su_spoiler] [su_spoiler title=”83 anos de recordações – Olinda Augusto Marchena” style=”fancy”]Eu me lembro e jamais esquecerei a minha infância na minha querida Mooca…Pular corda na calçada com as amiguinhas e jogo de pedrinhas..Com 7 anos de idade minha mãe, ansiosa para que eu estudasse, descobriu o “seu” Cristóvão numa escolinha da Rua Dias Leme. Ele ditava e eu chorava por não saber o que era “vírgula”. Então, com oito anos fomos, eu e minha irmã mais nova para o Externato Mattoso na rua dos Trilhos, que, por não ser oficializado só ia até o terceiro ano primário. Três professoras idosas e rabugentas, que colocavam os alunos de castigo,de joelhos!! Dona Ermelinda, Dona Etelvina e Dona Arlinda, queriam que se aprendesse á força!!

Dalí partimos para o Grupo Escolar era o Armando Araújo”depois Alto da Moóca, Eu tirei o diploma com a segunda média da classe : 98. Ainda guardo o boletim de lembrança.Um ano depois entrei na Escola de Commércio”30 de Outubro” onde era diretor o saudoso Dr. Dervile Alegretti. Em três anos fiz o curso Propedêutico e resolveu o meu pai que,como
diziam naquela época moça era educada para casar-se e ter filhos.Casei-me aos 19 anos de idade e tive oito filhos que já se casaram e me deram oito netos.

Tenho 83 anos de idade e aqui fica o “Eu me Lembro” da minha querida Mooca de onde guardo agradáveis recordações e saudades dos amigos daquela época. Nossa residência era na Rua Padre Raposo no 1217, e o primeiro telefone instalado no bairro foi o de meu pai que trabalhou e se aposentou na Companhia Telefônica Brasileira. O numero era 29590. Preciso
lembrar algo mais ou chega!??!!

Agradeço a atenção de todos os que lerem…

Olinda Augusto Marchena

[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Os Bondes na Mooca na década de 40 – Roberto João Dal Medico” style=”fancy”]

Iniciava-se o ano letivo de 1945 e aquele garoto de quase sete anos de idade, residente na Rua Orvile Derbi, 210, bairro da Mooca em São Paulo foi matriculado no primeiro ano do curso primário no Colégio Vera Cruz que funcionava na Rua Piratininga, bairro do Brás, distante cerca de seis quilômetros.

Para ir ao colégio, era utilizado o bonde. Naquela época, a Mooca era servida por três linhas de bonde.

O bonde 8 saindo da Praça da Sé, ao lado da antiga Agência da Caixa Econômica Federal, descia pela Av Rangel Pestana, atravessava o Parque D.Pedro II, passava por uma ponte sobre o rio Tamandatueí, dobrando na Rua Piratininga, percorrendo-a até atingir a Rua da Mooca. Subindo por esta rua, atravessava a velha porteira dos trens da São Paulo Railway, posteriormente Estrada de Ferro Santos a Jundiaí, hoje integrante o sistema de trens metropolitanos. A porteira deu lugar a um viaduto tão reclamado e alcançado pelos moradores da Mooca e bairros adjacentes. O Bonde 8, atingia as ruas Taquari e Bresser, seguindo por esta ultima até a Av. Celso Garcia, antes porém, enfrentava a travessia de outra estrada de ferro, a Central do Brasil, lembrando ainda que não existia a Radial Leste para ser cruzada. Na Av. Celso Garcia, dobrava a esquerda em direção ao centro da cidade, seguia pela Av. Rangel Pestana, chegava no Largo da Concórdia e aí tinha outra porteira de estrada de ferro a ser vencida, as famosas porteiras do Brás, da Santos a Jundiaí. Prosseguia até a Praça da Sé, encerrando o circuito da linha.

A outra linha, a 10 fazia o percurso exatamente ao contrário da linha 8, entrando pela Rua Javari, Visconde da Laguna até a Rua da Mooca.

Ainda tinha a linha 11 que fazia o trajeto iniciado no Largo do Tesouro, descendo a Rua General Carneiro, até o Parque D. Pedro II, dobrava a direita na Rua 25 de Março, seguindo pela Rua Frederico Alvarenga, atravessava uma ponte sobre o Rio Tamandatueí, prosseguindo pela Rua da Mooca, até a Rua Borges de Figueiredo. Percorria toda esta última rua, cujo ponto final era na esquina da Rua Sarapui.

Daí voltada pelo mesmo trajeto até o ponto inicial.

Voltando ao inicio da nossa historia, o menino, para ir ao colégio utilizava a linha 10.

Os bondes da Mooca eram do tipo aberto, tendo estribos do lado direito e esquerdo, por onde o cobrador circulava, fazia a cobrança da passagem diretamente ao passageiro e registrava o pagamento num relógio mecânico acionado por um pingente de tira couro. A cada registro o relógio emitia o famoso “tlim-tlim”. Como o sistema de transporte era explorado pela Light, existia uma brincadeira sobre esse tipo de cobrança ou seja: “tlim-tlim dois pra Light e um pra mim”.

Na primeira semana de aula, foi o garoto acompanhado pelo pai ou pela mãe. A partir da segunda semana, já mais senhor do trajeto, passou a ir só a escola. Também podia se viajar no compartimento destinado ao motorneiro, o “motorista” do bonde.

Por viajar sempre no mesmo horário, fez rapidamente amizade com motorneiro e cobrador, o primeiro de nome Benjamim (mesmo nome de seu pai) e o “alemão” o cobrador. Logo passou a viajar na cabine junto ao motorneiro. Os bondes abertos, tinham freio a ar, os modelos mais antigos ainda eram freados a manivela.

O motorneiro usava as duas mãos para dirigir o bonde: com a esquerda fazia girar um dispositivo para tracionar o bonde e com a direita acionava os freios. Ainda tinha um freio de pé para o estacionamento do bonde. Tinha também um dispositivo para lançar areia no trilho para permitir melhor frenagem. Era um barato vê-lo dirigir aquele monstro de rodas de ferro.

Na confluência da Rua da Mooca, no sentido cidade, com a Rua Piratininga, havia no trilho uma agulha para ser acionada manualmente, para direcionar o trilho: à direita Rua Piratininga ou em frente prosseguindo pela Rua da Mooca. Para acionar a agulha era utilizada uma barra de ferro de, aproximadamente um metro de comprimento, com a ponta achatada, como se fosse uma grande chave de fenda, trabalho este realizado pelo cobrador.

Passava o tempo e o menino com a amizade desenvolvida com o motorneiro, conversa daqui e dali, encarregou-se de, diariamente, quando necessário, movimentar aquela agulha. Descia do bonde e lá ia virar a agulha. Era uma sensação de ajuda realizada e orgulho de ser útil, sem saber o que realmente isto significava.

Hoje, aos 68 anos este menino lembra com saudade aqueles tempos em que as pessoas eram simples, os jovens tinham interesse em aprender através da observação dos fatos. O velho Benjamim e o “Alemão” deixaram boas lembranças.

Em 1950 os bondes foram substituídos por ônibus importados, os famosos “Twin-Coach”. Mas esta é outra história.

Roberto João Dal Medico

[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Lembranças do Prado, das piscinas da Mooca e etc. – Eduardo Tonetti” style=”fancy”]

Tenho 44 e minhas lembranças não vão tão longe como a maioria das pessoas que escreveram suas lembranças da nossa Mooca, mas pra mim são inesquecíveis.

Meu avô morava na Rua Catarina Braida e trabalhava aonde era a extinta Cocheira do Prado, na rua Taquari, a tal cocheira foi desativada com a mudança do Jóquei Clube e no local permaneceu as instalações abrigando uma espécie de “depósito de uma serraria” e meu avô trabalhava lá. Visitava o local aos finais de semana, meu avô estava sempre lá, o velho Alfredo Tonetti.

Naquele lugar passei os melhores dias de minha infância! Andei a cavalo, pois ainda era usada para guardar cavalos, porém já não eram do Jóquei Clube, colhi café no pé, amoras, e conheci muita gente boa.

Fazia pouco tempo que a Piscina da Mooca havia sido inaugurada e, junto de meu irmão, fui um dos primeiros sócios. Meu avô morava a alguns metros da portaria principal da piscina.

Recordo-me, aí já na juventude, do Baile do Nicóla, do Baile do Veneno, e mais tarde, da Tékus Discoteque, na Rua Tobias Bareto, do Rodízio do Sérgio, na eqüina de Siqueira Bueno com a Tobias Barreto, da Pizzaria do Angêlo… Ô tempo bom…

Fico feliz de saber da existência deste site, parabéns a todos vocês e
parabéns a todos nós!!

Valeu bello!!

Eduardo Tonetti

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[su_spoiler title=”Alguém se lembra do Rota 76 ? – Débora Lemos” style=”fancy”] Afinal de contas vocês se lembram do “Rota 76” na avenida Paes de Barros?
Me lembro que o dono chamava-se “Célio”, isto tudo no início da década de 70.
Alguém saberia me informar que fim levou? a última noticia que tive há anos atrás é que mudaram para rua 13 de maio no Bexiga.
Me lembro da música cantada pelo Célio:

Nas noites quentes vou buscando um bar amigo
Na esperança do calor eu espantar,
E no balcão então encosto o meu umbigo
Tomando um chopp eu começo a cantar

Chopp garçon mais chopp
Eu quero um chopp prá espantar este calor!
Chopp garçon mais chopp,
Pois foi o chopp que me fez compositor!

Alguém poderia me informar, o paradeiro deles?

Débora Lemos[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Lembranças não faltam, tampouco saudades. – Paulo Sampaio” style=”fancy”]

Moro na querida Mooca desde que nasci, há 44 anos. Cresci no IAPI, aquele antigo conjunto residencial situado à Rua dos Trilhos, altura do n° 1.500.

É difícil descrever como foi bom minha infância, estudei o curso primário no antigo Externato Matoso, que depois passou a se chamar “Instituto Manhattam” (local onde hoje fica uma pizzaria de metro, na Rua dos Trilhos). Na Rua Catarina Braida ficava a Pizzaria Romanato, com suas poucas mesas e portas de madeira e vidros. Me lembro que aos sábados meus pais me levavam jantar no restaurante “Buona Sera” (Acho que é assim que se escreve), na Rua da Mooca, onde eu comia uma deliciosa “pasta” acompanhada de Guaraná Antarctica (com tampinha de rolha), e música ao vivo. Bons tempos…

Estudei o ginásio na “E.E. de 1° grau Armando Araújo” e depois de fazer o “vestibulinho” ingressei na tradicional “E.E de 1° e 2° graus Firmino de Proença”.

Já adolescente passei a freqüentar as matinês do Clube Juventus, quando o salão era lá embaixo, onde hoje fica o restaurante. Também tenho saudades das matinês da discoteca “Archote” que ficava na Av. Paes de Barros” (local onde hoje fica o Bank Boston). Bons tempos….

Morar na Mooca é um grande barato, até hoje!
Lembranças não faltam, tampouco saudades. Mas acima de tudo, orgulho, de viver em um lugar mágico como este.

Paulo Sampaio

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[su_spoiler title=”O esquadrão do Glorioso da Mooca – Sérgio Muzzolino Sarno” style=”fancy”] Nasci na rua Itajaí nº 46 a 70 anos, cuja casa ainda existe, e nunca sai da Mooca; casei com da. Thereza a qual me deu os filhos Sergio, Sandra e Greyce. Tenho dois netos : o Henry de 12 anos e o Filipe de 6 meses. Portanto sou mooquense nato e quero agradecer ao Portal da Mooca por proporcionar a todos nós a satisfação de lembrar de momentos inesquecíveis e um deles é recordar de um time de futebol de várzea chamado Glorioso da Mooca, que nasceu na rua do Hipódromo, quase esquina com a rua Itajaí, sendo que, um dos fundadores foi meu irmão Genésio, tendo outros membros como: Zezão, Ezzio, Hilário, Guilherme e tantos outros.

Foi um dos maiores clubes de várzea da época (décadas de 40 e 50); chegaram a 70 partidas invictas, sendo necessário irem jogar no interior de São Paulo, sendo que uma das últimas partidas foi na cidade de Caieiras, onde até as camisas dos times foram benzidas pelo padre da região. O churrasco também estava preparado para os visitantes. No entanto, o jogo começou e o Glorioso da Mooca fez 1 a 0; a torcida contrária não gostou e 15 minutos após o juiz marca um pênalti a favor do Glorioso e, ai então, começou um fecha pau e o jogo terminou e os jogadores foram obrigados a correrem para a estação do trem para evitar o confronto com os briguentos.

A Gazeta Esportiva na época enalteceu o Glorioso da Mooca como um dos melhores times de várzea. Aqui vai alguns nomes de jogadores que faziam parte desse timaço: Fritz, Genésio, Caieras, Sargento, Leitão, Oscar, Lito, Alemão, Zezão, Zinho, e tantos outros. Na época, com 11 anos, eu era o mascote do time. Saí por diversas vezes no jornal junto com esse grande time da época. Quis fazer essa homenagem pois não consigo entender como ninguém até hoje prestou de alguma forma homenagem ao simplesmente “glorioso”.

Sérgio Muzzolino Sarno[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Bons tempos… – Cecilia Machado” style=”fancy”]

Que saudades da Rua Marcial. Da quitanda do Ortêncio, da padaria do “sêo” Julio, da Zenilde cabelereira, da dona Esperança do Externato Matoso que aplicava injeção, da costureira dona Matilde, do carvoeiro da Rua Catarina Braida, da sirene do Matarazzo, da vila velha, da loja do “sêo” Reinaldo na Rua dos Trilhos, etc . Tempos bons que, graças a Deus, pudemos viver e que hoje relembramos com saudades e percebemos que a frase “eu era feliz e não sabia” realmente é verdadeira. Será que as nossas crianças, no futuro, poderão repetir essa frase ?

Cecilia Machado

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